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A Arte do Ser | Frei Bruno

Por: Xenna Gheno
10/03/2020 20:04 - Atualizado em 10/03/2020 20:10
Divulgação


Cássia Eller - Blues da Piedade

Sou de certa forma devoto deste homem santo. Sim, em minhas orações, com muita fé, tive pedidos atendidos a essas correntes energéticas positivas que circulam seres que em seus feitos protegem a humanidade. Fico então feliz em sentir a fé das pessoas em seres que em vida praticaram a compaixão, humildade e justiça. Xaxim, nossa cidade, homenageia este homem santo com uma grandiosa festa, a qual eu ajudo como voluntário há anos, antes de mim, meus avós.

Mas há algum tempo venho sentindo o que não queria enxergar para não manchar essa linda imagem que é Frei Bruno para nossa cidade. Venho sentido e constatado que as homenagens, festas não tem nada de amor ou caridade, é uma data comercial de empresas que lucram em cima do voluntariado, outras, de forma marqueteira, atrelam ajuda a imagem da sua marca, mas o pior ponto e total desrespeito a Frei Bruno, é o tom de politicagem que temos nessa festa. Tudo o que, com certeza, um santo homem não gostaria de presenciar. O único momento que Jesus Cristo ficou enfurecido é exatamente com as pessoas que visam lucro às custas da imagem de Deus, ou de divindades para que, de forma covarde, ganhassem atenção, dinheiro em cima da fé das pessoas. Mas como Cezar nunca tem limites e nossa ganância é incurável, seguimos dando passos desonestos e desonrados quando se trata de religiões, espiritualidade, política e comércio.

E é até compreensível, pois muitas das pessoas que querem usar a imagem para turismo, por exemplo, pouco se importam de quem foi Frei Bruno, ou de seguir passos de amor contra a injustiça que acontece todos os dias em um país tão desigual. O mesmo para as religiões cristãs brasileiras (não todas) que usam nome de Jesus para lucrar, para alienar, para odiar, para proteger seu pedestal de ilusão e arrogância e assim afagar sua falta de paz, mandando todos para o inferno. Eu adoraria ver esses fiéis, não apenas gritando o nome de seus messias, não apenas propagando uma ilusão como verdade única sem humildade, e sim praticando as belas lições de amor que nos deixaram, praticando o que eles praticaram, sendo seres luminosos que em seus feitos movem transformações positivas. Mas por limitação humana não queremos trilhar um caminho de cultura de paz, queremos religiões e nomes para usar sua imagem, queremos aumentar a dualidade sempre rivalizando, culpando, queremos lucro acima de tudo e privilégio acima de todos, queremos o céu para nós e o inferno, ah, o inferno são os outros.

E para finalizar, lembro de uma canção que escrevi, “Para viver” é o nome, que em uma parte dizia: “mas me perco fé em quem” e não me arrependo, pois de fato há estranheza ao ver que muitas vezes nossa fé honesta e devota é usada por pessoas para fins terríveis como politicagem, comércio e exploração. Dar a Cezar o que é de Cezar, a Deus o que de Deus, dizia Jesus a soldados romanos que caçoavam do seu ser. Acho que é essa mensagem dessa coluna, mesmo não sendo cristão, tenho admiração e respeito a imagens de Jesus Cristo, mais até que fanáticos que exploram sua imagem e seu ser, assim como está acontecendo com Frei Bruno. Lembro de ter na praça, que leva seu nome, declamado uma poesia há 3 anos falando desse tema e nada mudou, continuamos usar Deus para servir a Cezar e Cezar a servir a ele mesmo, enquanto nós, o povo, continuamos alienados, caindo nas mentiras dos ilusionistas em cimas de palanques e altares.


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